?>
Matéria publicada por
Com cerca de 12 quilômetros de extensão, a ponte Salvador-Itaparica será a segunda maior da América Latina. Ela ocupará a 23ª posição no ranking mundial de pontes sobre mar, rio e baía.
O projeto de construção da ponte, duplicação das rodovias, desapropriações e investimentos em infraestrutura, vai demandar investimento de mais de R$ 7 bilhões, que deverá ser feito através de parceria público-privada (PPP). O lançamento do edital para construção e concessão está previsto para 2014 e conclusão estimada entre 48 e 60 meses.
Serão 32 metros de largura, o que permite a criação de seis faixas de tráfego e duas pistas de acostamento. Seu traçado deve partir das proximidades do Porto de Salvador e se estender até a região de Gameleira, na Ilha de Itaparica. A proposta inicial prevê que a Ponte deve permitir a ampla navegação na Baía de Todos-os-Santos (BTS) e o acesso ao Porto de Salvador.
Uma hipótese em discussão é a preparação de uma faixa central para a implantação de veículo leve sobre trilhos (VLT). Comprovada sua viabilidade, o VLT ligará a ilha à rede de metrô de Salvador.
O consórcio internacional formado pelas empresas Enescil (Brasil), Cowi (Dinamarca) e Maia Melo (Brasil) foi o vencedor da concorrência para elaboração do projeto básico de engenharia. De acordo com o secretário do Planejamento do Estado e coordenador do projeto da ponte, José Sergio Gabrielli, após a habilitação, a expectativa é que a ordem de serviço seja autorizada nos próximos 30 dias. “O consórcio deverá apresentar estudos intermediários e finais em até oito meses”.
De acordo com informações da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), o projeto prevê que o espaçamento entre as pilastras de sustentação da obra deve ser de 250 metros. Haverá um vão central, de espaçamento de 700 metros de largura e 70 metros de altura, utilizado para a passagem de embarcações destinadas aos portos de Salvador e Aratu, e uma profundidade de 25 metros, que possibilitará o atracamento de embarcações, a exemplo de navios.
Também está em estudo a colocação de duas pilastras de sustentação que se movimentarão em torno de seu eixo central para permitir a passagem de embarcações mais altas pela estrutura como plataformas. Outra possibilidade é a criação de um mirante, que servirá como mais um ponto turístico e de onde os visitantes poderão apreciar a Baía de Todos-os-Santos, Salvador e a Ilha de Itaparica.
Projeto de Desenvolvimento
O projeto, de uma forma mais ampla, ainda contempla diversos estudos de infraestrutura regional, urbanísticos, de impacto ambiental e cultural e a criação de um plano de desenvolvimento socioeconômico para toda a macroárea, com foco no Recôncavo e Baixo Sul. Essas iniciativas são fundamentais para o desenvolvimento planejado da região e minimização dos impactos ambientais do projeto.
A partir da ponte será construído o Sistema Viário Oeste, proporcionando a duplicação das BA’s 001 e 046, nos trechos entre Bom Despacho, Nazaré e Santo Antônio de Jesus, e ainda implantada nova rodovia, ligando os municípios de Santo Antônio de Jesus e Castro Alves. A partir daí, ocorrerá duplicação da BA-493 até o entroncamento com a BR-116.
Com essas intervenções, a expectativa é que sejam abertas três vertentes de desenvolvimento. A primeira soluciona um gargalo logístico, criando uma nova conexão do complexo portuário da Baía de Todos-os-Santos com as BRs 101, 116 e 242, encurtando a distância entre 100 e 200 quilômetros para quem vier do sul e do oeste.
Projetado como um indutor de desenvolvimento econômico e social, o Sistema Viário Oeste é considerado fundamental para dinamização do estado. Haverá um novo impulso ao eixo litorâneo sul, permitindo a criação de um novo polo industrial e logístico no Recôncavo Baiano, ancorado por investimentos já em curso (estaleiros em São Roque do Paraguaçu) ou projetados (nova retroárea do porto de Salvador).
Salvador
Na capital, a expectativa é que o Centro Antigo seja dinamizado e haverá integração com as obras de mobilidade. Em Vera Cruz e Itaparica, a expectativa de aumento populacional fará com que ocorra um amplo desenvolvimento urbano, inclusive com revisões nos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano (PDDU) desses municípios, de forma a assegurar a sustentabilidade ambiental.
Desenvolvimento