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matéria publicada em
Isabela Noronha
Do UOL, em São Paulo
Guia do imóvel: passo a passo para comprar a casa própria
Confira nesta e nas imagens a seguir dicas para escolher sua casa. Primeiro veja se a rua é tranquila e segura, sem feira-livre ou barzinhos por perto Stefan - Arte/UOL
Veja se há padarias, supermercados, farmácias, escolas e hospitais na vizinhança Stefan - Arte/UOL
Jogue cinzas de cigarro dentro do vaso sanitário, se elas se moverem sem a descarga ser acionada, é sinal de vazamento. Se a água sair com cor de ferrugem nas torneiras pode ser um aviso de que as tubulações estão enferrujadas e precisam de substituição Stefan - Arte/UOL
Se a pintura interna estiver fresca, pode ser uma tentativa de mascarar algum vazamento, infiltração ou bolor. O mesmo vale para o teto, especialmente do banheiro Stefan - Arte/UOL
Se a fachada do prédio estiver ruim, pode haver reforma em breve, com aumento de condomínio Stefan - Arte/UOL
Se o sol bater no imóvel de manhã, o local é face norte, considerada a melhor. Se for incidente à tarde, o imóvel tem face noroeste. Não é ruim, mas há propensão de ficar abafado à noite Stefan - Arte/UOL
Acenda, em horário de pico (das 18h às 21h) todas as luzes da casa e, se houver, ligue dois chuveiros elétricos de uma vez. Se a intensidade de luz baixar ou mesmo um dos chuveiros ficar com a água fria, a rede elétrica precisa de reforma Stefan - Arte/UOL
Em pisos frios, veja se há ondulações. Jogue uma bolinha no chão. Se ela for parar em direção oposta, a inclinação do piso está errada. Piso estufado significa que não foi bem colocado e precisa ser refeito Stefan - Arte/UOL
Em casas antigas, olhe sempre o telhado para saber se há telhas quebradas ou cupim nas madeiras Stefan - Arte/UOL
Pó acumulado em armários embutidos costumam ser sinais de cupins Stefan - Arte/UOL
A ventilação é importante. Os banheiros, quartos e áreas comuns devem ter janelas amplas Stefan - Arte/UOL
Antes de comprar na planta vá ao Cartório de Registro de Imóveis para checar se existe o registro da incorporação do empreendimento. Procure a subprefeitura e veja se a planta do imóvel foi aprovada e se os dados conferem com o imóvel oferecido. Peça o número da matrícula da obra para fazer as consultas Stefan - Arte/UOL
Leia atentamente o memorial descritivo da obra, identifique a marca e a qualidade dos materiais. Antes de assinar o contrato busque orientação legal para analisar as condições propostas no documento. Cheque o índice de reajuste das parcelas (deve ser INCC ou CUB) durante a obra e na entrega das chaves Stefan - Arte/UOL
Confira a data da previsão da entrega, para se planejar e acompanhar as obras. O atraso de até 180 dias na entrega da obra pode constar de alguns contratos, e, dessa forma, a empresa não precisa justificar o atraso nem pagar multa. Exija que o contrato preveja multa à construtora por atraso na entrega da obra. Em geral, a taxa fica entre 0,5% e 1% do valor do imóvel por mês Stefan - Arte/UOL
Um bom recorte para começar a busca por um lugar para morar é a idade do imóvel. As diferenças entre um apartamento de 10 anos e um de 30 vão além da aparência e do estado de conservação e se estendem para aspectos como localização e nível de ruído.
Conheça as principais vantagens e desvantagens de imóveis construídos recentemente e daqueles que ajudam a contar a história da cidade, e veja qual deles tem mais a ver com seu estilo.
Imóveis antigos
Vantagens: a primeira é o preço. "Em prédios antigos, você geralmente consegue pagar menos pelo metro quadrado", diz o engenheiro Henrique de Carvalho, da 2H Consultoria e Avaliações.
A localização também merece vir no topo da lista de vantagens dos imóveis mais velhos. Erguidos quando a cidade era menor e havia mais terrenos disponíveis, esses prédios geralmente ficam mais perto da região central do que os novos empreendimentos.
Além disso, os apartamentos antigos, com 30 anos ou mais, costumam ter plantas maiores, ou seja, sala, banheiro, cozinha, quartos e dependência de empregados mais generosos do que os mais recentes, que normalmente privilegiam o espaço social.
Outra diferença é a distância entre o chão e o teto, o chamado pé-direito. "Nos apartamentos antigos, o pé direito chega a 3 metros e, em alguns novos, é de 2,20 metros", compara o corretor Luiz Carlos Kechichian. Assim, os ambientes do imóvel mais velho dão uma sensação de maior amplitude.
Apartamentos antigos também costumam ter paredes e laje mais espessas. Com isso, o imóvel fica menos vulnerável aos ruídos vindos do lado de fora e da casa do vizinho.
Desvantagens: "Geralmente, as limitações dos prédios mais velhos são decorrentes da evolução da tecnologia", diz Henrique de Carvalho. De acordo com ele, imóveis antigos costumam ter menos pontos de tomadas, pois foram construídos em uma época em que havia menos aparelhos eletrodomésticos nas casas.
Um fator crítico é o estado de tubulações. "Nos apartamentos antigos, geralmente os tubos eram de aço galvanizado, que vai ficando corroído ao longo do tempo", diz Henrique. É possível trocar a tubulação, mas o gasto e a reforma, que inclui passar períodos sem água, são dores de cabeça que muita gente pode preferir evitar.
A impermeabilização de áreas comuns também deve ser observada. Esse processo tem validade de 10 anos e, quando está vencido, pode causar infiltrações na garagem e, assim, mais despesas para o condomínio.
Outro ponto importante é a área de lazer. Muitos prédios antigos não oferecem piscina e brinquedos para crianças, como é praticamente o padrão em edifícios mais novos. O mesmo vale para a garagem. "É comum o prédio mais velho não ter e, quando tem, é uma só", diz Luiz Carlos Kechichian.
Ideal para: pessoas que curtem ficar em casa e receber amigos, famílias com filhos adultos.
Imóveis recentes (de cerca de 20 anos ou menos)
Vantagens: um imóvel mais novo costuma ter melhor valor de revenda. "É um apartamento mais atualizado, que desperta o interesse de mais pessoas", diz o consultor e palestrante Guilherme Machado, especialista em mercado imobiliário.
Além disso, geralmente esse imóvel tem uma área de lazer completa que, de certa forma, compensa a redução do tamanho do apartamento. "Por exemplo, o imóvel não tem uma cozinha grande, mas o condomínio oferece um espaço gourmet na área comum", afirma Guilherme.
Um conceito muito comum nos últimos cinco anos é o de condomínio clube, em que o edifício oferece, além da piscina e do playground, espaços como salão de beleza e lounge juvenil, para os adolescentes se encontrarem.
Outra vantagem é que os imóveis novos costumam ser mais preparados para a vida moderna. Permitem o uso simultâneo de diversos eletrodomésticos, têm pelo menos duas garagens, elevadores rápidos, mais segurança (com câmeras e maior dificuldade de acesso de estranhos aos apartamentos).
Desvantagens: os apartamentos novos costumam ter paredes mais finas e tetos mais baixos, o que facilita entrada e saída de ruídos.
Mas o ponto principal é a localização. Esses condomínios geralmente ficam em áreas mais afastadas do centro, em que ainda há terrenos disponíveis e, principalmente, mais baratos. Por serem novas, essas áreas podem carecer de serviços como transporte público ou padarias e supermercados.
Outra questão é que, por causa dos altos custos de manutenção, os chamados condomínios clube acabam sendo divididos em dezenas de apartamentos e a área de lazer precisa ser compartilhada por muitos moradores ao mesmo tempo.
Ideal para: recém-casados, jovens solteiros ou famílias com filhos pequenos.
Imóveis na planta
Vantagens: a forma de pagamento. "Geralmente, quando a pessoa compra na planta, há uma flexibilidade na forma de pagamento que não se consegue no imóvel usado", diz o corretor Luiz Kechichian.
Outra vantagem é poder deixar o apartamento com a cara do proprietário sem precisar enfrentar as dores de cabeça de uma reforma. É possível escolher antes itens como o design dos armários da cozinha, os lustres e o tipo de piso. Em muitos empreendimentos, o comprador também decide onde subir e quebrar paredes.
Há ainda a garantia das construtoras, que costuma ser de 5 anos. Por fim, o valor de revenda também é bom, e geralmente compensa o investimento pois é maior do que o de compra.
Desvantagens: apesar da forma de pagamento amigável oferecida pelas construtoras, com parcelas que cabem no bolso, o comprador pode acabar pagando mais do que o imóvel vale.
Além disso, o comprador não vê o apartamento. É preciso atenção redobrada para evitar armadilhas. "Você compra por um desenho que muitas vezes não bate com a realidade. Algumas construtoras mostram a planta em uma escala e os móveis em outra", alerta Luiz Kechichian.
Algumas vezes, o prazo de entrega não é cumprido. "Até seis meses de atraso é previsto por lei. Mas acontece frequentemente de demorar mais", diz Kerchichian. Nesse caso, o comprador pode até processar a empresa. Mas terá o trabalho de contratar um advogado e abrir um processo.
Ideal para: recém-casados, solteiros ou famílias com filhos pequenos sem muita pressa para mudar.
Conheça quem pode ajudar a escolher um imóvel
Quando vai comprar ou alugar um imóvel, é preciso ter cuidado para não perder tempo nem dinheiro. Veja nesta e nas próximas imagens quem são os profissionais que devem ser ouvidos para se fazer a melhor escolha. O corretor faz a intermediação entre o comprador e o proprietário. O papel dele é apresentar a casa ou apartamento de forma clara, apontando as qualidades mas também os defeitos Leia mais Stefan - Arte/UOL
Um engenheiro ou arquiteto é outro profissional a opinar antes da compra de um imóvel. Ele pode avaliar a estrutura física, infiltrações, rachaduras, iluminação e ventilação. Como é contratado pelo interessado em comprar ou alugar, o arquiteto ou engenheiro pode dar um parecer mais completo do que o corretor. Leia mais Stefan - Arte/UOL
O síndico também deve ser ouvido para dar informações sobre a administração do edifício ou condomínio e evitar surpresas desagradáveis ao novo proprietário, como ter de assumir dívidas trabalhistas. Também vale ouvir o zelador: pergunte sobre falhas e vantagens do edifício, mas lembre-se de que ele é empregado do condomínio e pode não ser totalmente sincero Leia mais Stefan - Arte/UOL
Um advogado deve ser consultado antes da compra ou aluguel de um imóvel. Esse profissional analisa os documentos da negociação e auxilia na elaboração do contrato, além de conferir o histórico da casa e do proprietário para evitar que o comprador herde dívidas. No caso de aluguel, o advogado orienta em pontos como o índice de reajuste da locação e o acordo sobre a realização de benfeitorias Leia mais Stefan - Arte/UOL
O tabelião, encontrado em cartórios de registro de imóveis, é outro a ser ouvido antes de fechar a compra ou o aluguel de um imóvel. Ele examina a certidão de propriedade, um documento que comprova de quem é a casa e se há alguma dívida. Se a compra for financiada, não é necessário procurar um tabelião, pois o banco já faz esse serviço. Leia mais Stefan - Arte/UOL
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