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Sobreposição de pedras, água de nascente, filtragem sem uso de produtos químicos, inclusão de peixes e plantas aquáticas... São muitas as maneiras de criar uma piscina orgânica. Inspire-se nestes três projetos e tenha (praticamente) um lago de verdade para nadar em sua propriedade
(Foto: Guy Retz/Divulgação)
Para nadar com peixes
Projetada pelo escritório Bernardes+Jacobsen, esta casa de campo em Itaipava, RJ, ganhou uma piscina que parecia já fazer parte do terreno. “Nosso objetivo foi deixá-la o mais natural possível, com aspecto de lago mesmo”, afirma Guy Retz, sócio da Ecosys, empresa especializada na construção de lagos e piscinas ornamentais. Segundo ele, esse tipo de piscina é comum na Europa, mas, lá, a filtragem da água fica a cargo somente das plantas, o que deixa o líquido um pouco turvo. “Trouxemos o serviço para o Brasil com algumas modificações. Garantimos uma água extremamente limpa graças ao uso de um filtro biológico e de dois esterilizadores: oxidação e lâmpada ultravioleta. Incluimos plantas e peixes, que também ajudam a manter a qualidade da água, mas não são os principais responsáveis”, explica.
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
Lagoa de pedras
Os quartzitos Ouro Preto sobrepostos e rejuntados com cimento dão o formato a uma enorme piscina, com aspecto de lagoa, nesta casa em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, MG. “Além de compor a estrutura, as pedras criam degraus para a entrada e, em uma das partes, uma pequena prainha mais rasa”, explica o paisagista Luiz Carlos Orsini, autor do projeto. Em vez de pedras, que poderiam ficar escorregadias, o fundo de cimento recebeu apenas demãos de tinta epóxi branca, renovadas a cada dois anos. “Precisamos mudar um pouco a topografia do terreno para formar o desenho orgânico da piscina”, diz. “Para completar o entorno, escolhi espécies bem tropicais, como iresines, bromélias e palmeiras”, acrescenta.
(Foto: Divulgação)
No meio da mata
O arquiteto e designer Carlos Motta é conhecido pelo aspecto sustentável de suas criações. Na piscina de sua casa de campo, na Serra da Mantiqueira, SP, não podia ser diferente: ele a construiu com pedras do próprio terreno. “Faço uma arquitetura orgânica, usando o que já existe na área. Acho bacana criar algo o mais natural possível, como se não houvesse intervenção do homem”, diz. A água, proveniente de uma nascente próxima, chega gelada, boa para descarregar as energias. A parte que corre pela borda infinita volta para o curso normal. “A construção é complicada, porque as pedras são irregulares, mas, para obter o aspecto de lago, vale a pena o esforço”, afirma Carlos, que limpa o fundo uma vez por mês para remover o limo.
Como criar uma piscina natural
O que é? | A denominação “piscina natural” está relacionada ao tipo de tratamento da água, sem produtos químicos, à utilização de pedras em sua construção ou, ainda, à inclusão de peixes e plantas aquáticas em seu interior. Atenção: use somente pedras que tenham lavra autorizada.
Como é feito | Em primeiro lugar, é preciso escavar a área onde será a piscina no terreno. Em seguida, deve ser colocada dentro uma geomembrana de polietileno, vinil ou borracha de EPDM (etileno-propileno-dieno) para a impermeabilização. Só depois começa a ser desenhado o formato dela com as pedras.
Limpeza da água | O ideal é instalar um filtro biológico, ou seja, sem o emprego de produtos químicos. Ele permite a colocação de plantas e peixes na piscina, que ficam responsáveis por consumir folhas caídas, larvas de insetos e nutrientes que serviriam de alimento às algas. Não se esqueça de instalar uma bomba para manter a água circulando 24 horas por dia. Como fica sempre ligada, tome cuidado com a escolha do sistema de filtragem: ele deve ser de baixo consumo de energia e com pouco ruído.
Custo | Não é muito elevado em relação à construção de uma piscina convencional, de concreto armado ou alvenaria, que sai em média a R$ 1 mil o m². Segundo Guy Retz, da Ecosys, o preço de uma piscina natural fica de R$ 1.500 a R$ 3 mil o m².
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