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Prédios icônicos como o Flatiron Building e o Empire State Building são reverenciados por seus significados histórico e cultural. Entretanto, poucas pessoas têm noção de outras estruturas igualmente importantes ao redor do mundo – estruturas que sobreviveram ao tempo, à natureza e a bolas de ferro demolidoras.
O menor arranha-céu do mundo
Foto: Futility Closet
Um turista em Wichita Falls, no Texas, provavelmente passa reto pelo Newby-McMahon Building, que ficou conhecido como o menor arranha-céu do mundo. O prédio de 12 metros é composto por quatro andares, cada um deels com 11 m². Só as escadarias ocupam 25% do seu espaço interior, tornando a estrutura toda meio que inabitável. Quem foi o maluco que investiu nisso? E por que ele é chamado de “arranha-céu”?
Diz a lenda que o prédio foi construído durante o “boom” do petróleo em 1919, quando um campo de petróleo foi descoberto em uma cidade próxima. Milhares de moradores de Wichita County se agarraram à oportunidade de vender seus direitos minerais, ficando milionários. Para os padrões da pequena Wichita Falls, porém, o infinito fluxo de caçadores de fortunas não encontrou o espaço em escritórios necessário para servi-los. Acordos com petroleiras eram feitos, em sua maioria, em tendas erguidas nas esquinas. Isso continuou até que um promotor chamado J.D. McMahon propôs uma solução. McMahon prometeu um prédio que ficaria próximo ao bem sucedido Hotel St. James. Depois de apresentar o projeto, ele vendeu imediatamente US$ 200 mil em ações aos investidores.
Só que um detalhe que McMahon não mencionou aos investidores (esses, aparentemente muito empolgados para notar), era que a escala do seu projeto estava em polegadas, em vez de pés (a unidade de medida mais comum por lá). Quando o prédio foi concluído, os investidores ficaram chocados ao descobrirem que ele era muito menor do que imaginavam. A essa altura, McMahon já estava longe. Os investidores enganados conseguiram rastreá-lo, porém, e o processaram. Só que eles não tinham um motivo para tal, já que McMahon tinha construído o prédio seguindo exatamente as diretrizes do projeto. Com a demanda por escritórios ainda em alta, as empresas de petróleo não tiveram outra opção a não ser usar o minúsculo prédio até que o boom do setor acabasse. O prédio acabou abandonado durante a Grande Depressão, em 1929.
A menor casa da Grã-Bretanha
Foto: NobleBuzz
“A menor casa da Grã-Bretanha” está localizada em Conwy Quay, País de Gales. A casa tem apenas 1,8 metros de largura e 3,1 metros de comprimento. Ela foi erguida no século XVI e teve vários moradores desde então. Um pescador de 1,90 metro chamado Robert Jones foi o último ocupante da casa. Ele se mudou em 1900. Atualmente, ela é uma atração turística e adultos pagam £ 0,75 (cerca de R$ 3) para vê-la por dentro.
O mais intrigante é por que alguém construiu uma casa tão pequena.
Na era medieval, era prática comum construir casas em fileiras contra a muralha da cidade. Duas fileiras foram construídas começando nas pontas opostas da rua, em direção uma da outra. As duas fileiras geralmente não se encontravam, então o vão entre elas era usado para construir casas a baixíssimo custo. Apesar de pequena, a menor casa da Grã-Bretanha é considerada prática. Dentro da casa, há espaço suficiente para uma cama de casal, um depósito de carvão e uma lareira.
Gate Tower Building
Foto: Bits On Beats
Na medida em que os governos melhoram seus setores públicos, confrontos com proprietários de terras perto de terrenos se tornam inevitáveis. Na maioria dos casos, um dos dois lados sai vencedor. Mas em outros, como o da construção do Gate Tower Building, em Osaka, a conciliação é a única solução possível.
Antes da construção do prédio de 16 andares, o governo tinha já tinha designado a área para uma rodovia, o que colocava em risco todo o projeto. Mas os proprietários, que tinham comprado o terreno em meados do século XIX, se recusaram a desistir dele. Eles lutaram até que um acordo foi estabelecido: o prédio poderia ser construído, mas a rodovia passaria por dentro dele. O mais incrível é que a adição de uma rodovia praticamente não teve efeito no funcionamento interno do prédio. A única consequência foi que os proprietários tiveram que instalar paredes à prova de barulho; e os elevadores precisam ignorar o quarto andar, ocupado pela estrada.
Nakagin Capsule Tower
Foto: The Toque Girls
Logo após a II Guerra Mundial e até os anos 1970, o Japão viu um rápido desenvolvimento econômico e cultural. Nesse período, um movimento arquitetônico chamado “Metabolismo” emergiu com a promessa de redefinir as áreas urbanas do país. O nome do movimento, adotado da biologia, baseava-se no conceito de ambiente urbano que poderia crescer, se reproduzir e responder ao ambiente – exatamente como um organismo vivo.
A mais notável implementação do Metabolismo é a Nakagin Capsule Tower em Shimbashi, Tóquio. Construída em 1972, a torre consiste em 140 cápsulas de concreto grudadas em duas torres conectadas. Cada cápsula funciona como um apartamento individual. Um lado do apartamento tem uma parede de aparelhos, incluindo uma geladeira, um fogão e balcões de cozinha. Do outro lado está uma grande janela em formato pinhole com uma cama embaixo. O prédio foi feito pensando nos solteiros que viviam na cidade.
Apesar do conceito bacana por trás, a Nakagin Capsule Tower era tudo, menos prática. A prometida flexibilidade da estrutura ficou só na teoria. Substituir ou acrescentar novas cápsulas era considerado muito caro. Sem falar que a experiência de viver em uma delas era ruim. O espaço apertado significava que apenas uma pessoa podia habitá-la confortavelmente. A grande janela, por outro lado, tornava o interior da cápsula totalmente exposto a quem via de fora. Por tudo isso, mais o enfraquecimento do Metabolismo, acabaram com qualquer interesse em renovar o prédio, que acabou caindo em ruínas.
As pontes vivas de Cherrapunji
Foto: Living Root Bridges
A cidade de Cherrapunji, na Índia, é considerada um dos lugares mais úmidos da Terra. Com uma precipitação anual de mais de 11.430 milímetros, a região é repleta de rios e córregos que se enchem rapidamente. Por muitos anos, isso representou um desafio às necessidades locais de locomoção. Com um clima tão extremo, construir pontes tradicionais estava fora de questão. Então os War-Khasis, uma das tribos de Cherrapunji, encontraram uma solução:fazer com que as pontes crescessem em vez de construí-las.
A tribo reparou que a Ficus elastica (uma árvore encontrada na Índia e em países vizinhos) conseguia produzir diversas raízes secundárias que se estendiam acima do tronco. Como as raízes podiam facilmente atravessar rios, os War-Khasis imediatamente viram ali o potencial para que essas árvores os ajudassem a fazer as travessias. Só que para criar uma ponte viva, sistemas de orientação para as raízes tiveram que ser instalados, o que exigia uma leve modificação no tronco da planta. A ponte era então deixada crescendo por vários anos antes de se tornar forte o bastante para uso. A mais distinta dessas pontes vivas é a Umshiang Double-Decker Root Bridge, que consiste em duas pontes de raízes uma sobre a outra.
Este artigo é uma parte reproduzida com permissão do Listverse. Para lê-lo na íntegra, vá até lá (em inglês).
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