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Os projetos frios e neutros dão lugar à criatividade e ao colorido, que volta com tudo na decoração desses ambientes
Matéria publicada por
Redação Bonde
Armários e eletrodomésticos ultracoloridos dominaram as cozinhas na década de 1980. Naquela época, era comum ter uma cozinha inteira vermelha, azul, e, até mesmo amarela. Nos anos seguintes, no entanto, a funcionalidade e a neutralidade do ambiente ficaram mais evidentes, deixando esses espaços monocromáticos e até frios.
"O que aconteceu foi que a função de construir as casas estava delegada ao mercado mobiliário. Desta forma, as cozinhas acabaram sendo transformadas em um em espaço comercial, baseado em um gosto comum dos possíveis compradores. Por essa razão, elas passaram a ser brancas e pretas, cores que combinam com quase tudo", avalia a arquiteta Flávia Soares.
Reprodução
Mas na arquitetura, assim como na moda, as tendências também são cíclicas e, pouco a pouco, as cozinhas vêm se colorindo outra vez. A nova roupagem dessa tendência vem em um momento em que as cozinhas estão deixando de ser o "templo sagrado", onde só as donas de casa entram, para se tornarem um espaço agregador e apto para receber.
Segundo a arquiteta Renata Basques, a tendência de tons mais coloridos nesse espaço do lar surgiu pelo fato das pessoas receberem mais amigos e familiares em casa e também pela necessidade das pessoas se diferenciarem das outras, ou seja, com o desejo de exclusividade. "Em tempos de lei seca, curtir os amigos em casa tem sido uma ótima opção. Diante dessa realidade, outra necessidade nasceu nas pessoas: o desejo de se criar cozinhas mais personalizadas e com toques que dão a cara do morador", conta Renata.
Divulgação/Gustavo Xavier
Neste projeto da arquiteta Renata Basques, os equipamentos são modernos e o branco é predominante. Mas as portas vermelhas dos armários quebram o clima frio e dão um toque charmoso e especial ao ambiente
A arquiteta Marina Dubal, da DAD Arquitetura, destaca as cores que estão sendo mais utilizadas nesse ambiente: "As nuances mais quentes, por exemplo, laranja, vermelho e amarelo, são mais comuns. No entanto, nada impede que se use cinza, marrom, azul ou verde, que são tons mais frios. Tudo depende da personalidade do cliente e da proposta global do projeto".
Para Marina, as cores fazem bem, principalmente na cozinha, onde são preparadas as refeições. E como todos sabem, quem se alimenta bem, tem boa saúde. "As cores despertam sensações, o que é positivo quando isso é bem direcionado no projeto", salienta. Ela ainda lembra que as cores claras facilitam a limpeza, já que refletem a luz, evidenciando a sujeira.
Divulgação/Henrique Queiroga
Neste projeto executado pela arquiteta Marina Dubal, o tom amarelo e azul quebra a rigidez das demais cores utilizadas no espaço dando um up no ambiente
A arquiteta também destaca que a cozinha deve estar harmonia com o restante da casa: "Esse ambiente faz parte de um conjunto arquitetônico. É muito importante que esteja integrado esteticamente aos outros espaços da casa, inclusive, em relação aos materiais de acabamento. Do contrário, corre-se o risco de se ter vários ambientes interessantes, mas que não compõem um conjunto harmônico".
Reprodução
Flávia dá dicas de composições que ficam interessantes nesse espaço. "Acho que fica bonito utilizar nas peças fixas, como armários, bancadas e eletrodomésticos, as seguintes combinações: azul, cinza e preto ou vermelho e branco ou tons de bege com marrom e cinza", ensina. Já Marina, arrisca cores fortes nas paredes ou mesa. Mas, nas bancadas e revestimentos, indica o uso de nuances como bege, cinza e preto.
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Outra informação importante é que na cozinha deve-se lançar mão de revestimentos que possam ser lavados periodicamente, como vidros serigrafados e madeiras laqueadas, pois esse ambiente precisa de constante higienização.
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